quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

DIA 1º DE DEZEMBRO DE 2010, O DIA QUE MORRI UM POUCO...

Como os amigos e seguidores que acompanham esse blog sabem, sou médico, trabalho exclusivamente em serviço público, sou Diretor Geral do PAM de Presidente Kennedy e Diretor Clinico do Hospital Municipal de Atílio Vivácqua, faço ambulatório de Clinica Médica de 2ª a 5ª no PAM e sou responsável pelos pacientes internados ou em observação. No hospital, dou plantão 2ª e 3ª feiras no período de 19 às 07 h, além de ambulatório de clinica médica, tuberculose e hanseníase nas 6ª feira e faço acompanhamento dos pacientes internados na 5ª e 6ª feira. Como podem ver, vivo na estrada entre esses dois municípios. Como Diretor, sou responsável pelos plantonistas e cobrir suas eventuais faltas.

O que vou relatar aqui, faz parte da minha rotina, mas quero compartilhar, até para desabafar, com os amigos, as 24 horas em que morreu um pedaço de mim.



Para que possam entender melhor, Rodrigo é o meu quarto filho, perdeu o João Lucas

http://bit.ly/hCZx9L  e  http://bit.ly/aDfRTG  , após um ano e meio sua esposa Fernanda engravidou novamente e nasceu Felipe em 26/11/10, forte e lindo, para alegria de todos nós. Em 27/11 foi constatado que o mesmo nascera com eritroblastose fetal apesar de todos os procedimentos de imunização da mãe que é RH negativo, após o parto de João Lucas e todos os procedimentos de rotina no Pré-natal de Felipe. Todos os médicos envolvidos ( obstetra, radiologista ( usg semanais), pediatras e intensivistas ainda não têm explicação, do porque não houve a imunização esperada.





Dia 29/11 , 2ª feira ,16h

-A recepcionista do PAM me interfona para dizer que o Dr. Antonio, plantonista da quarta-feira mandou atestado médico de 3 dias ( por fax ) com data de 29/11.

Liguei para uma colega e consegui que ela viesse cobrir o plantão no período da noite, já que durante o dia, trabalhava no PSF e em último caso eu seguraria o plantão durante o dia, como faço eventualmente.



Dia 30/11, 3ª feira, 09,30 h a Diretora Administrativa do Hospital me liga e informa que a Dra. Ângela, plantonista de quarta-feira dia, estava internada e não poderia trabalhar.

Como não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, tinha que conseguir um plantonista. Orientei a Diretora Administrativa que ligasse para todos os nosso médicos do corpo clinico e outros de contatos e tentasse conseguir um plantonista, se não conseguisse, ligasse para a Secretária de Saúde pra ver se poderia liberar alguém do PSF para dar cobertura no Hospital.



Dia 30/11, 3ª feira, 12 h

Recebo telefonema da Diretora do Hospital :

- Dr Marco

- Fala Elza

- Liguei pra todo mundo, infelizmente não consegui ninguém...

- E o colega do PSF?

- É melhor o Sr ligar para a Secretária.

- Ok, tchau

Ligo para a Secretária:

- Oi Adriana, como vai?

- Tudo bem, olhe o Dr. Valter alega que está com a agenda cheia no PSF e não pode ir cobrir o hospital. A decisão é dele, não posso obrigar.

- Entendo, não sei o que fazer, não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, já te falei que precisamos arranjar um plantonista definitivo para as 4ª feiras, já que a Dra Ângela não está bem de saúde , só que com o salário no nível que está não consigo quem queira, já te falei que se não melhorar o salário vai ficar cada vez mais difícil, até porque estamos muito abaixo do que paga hoje o mercado.

- Eu sei, mas o Sr também sabe que isso não depende só de mim, precisamos nos reunir com o Prefeito, mas te adianto que não é fácil no momento conseguir um reajuste.

- Ok, secretária, vou continuar tentando, mas está difícil, tchau, abraços.

- Tchau.

Neste meio tempo, descubro que o colega que mandou o atestado médico estava de plantão no PAM Paulo Pereira em Cachoeiro, ligo pra ele mas o telefone está desligado.

Entro em contato com a enfermeira e peço que lhe dê um recado nos seguintes termos:

Peça ao Dr. Antonio que me ligue, pois tenho um assunto urgente e de interesse dele.

Nesse meio tempo continuo atendendo os meus pacientes agendados no ambulatório de clinica médica.



Dia 30/11 , 14,30 h



Toca o celular e vejo que é o Dr. Antonio,

-Oi Marco, quer falar comigo?

-Sim, estou muito preocupado, você mandou um atestado de três dias, ontem, hoje e amanhã, e todo mundo já sabe que está de plantão aí em Cachoeiro, isso vai trazer problemas pra vc, amigo.

-Você sabe que estou com problemas, mas me ligaram dizendo que não tinha ninguém aqui no Paulo Pereira e me imploraram pra que eu viesse, mas não estou bem...

- Olhe amigo, entendo, mas preciso que você venha trabalhar, te ajudo no que puder aqui, vou retirar o seu atestado pra não te dar problemas e à tarde já consegui uma colega pra cobrir o plantão da noite e te libero, ok?

- Ta bom, vou sim e a gente conversa aí...

- Certo, vou retirar seu atestado e a gente conversa, abraços.



Parte do problema resolvido, faltava o plantonista do hospital, termino meu ambulatório, dou uma olhada nos pacientes internados, peço alguns exames e me preparo para ir para Atílio Vivácqua pois pegaria no plantão às 19 hs, não sem antes ligar para o recursos humanos e cancelar o atestado médico do Dr. Antonio.

Na estrada, pensando no problema, lembrei que a Dra Nina faria ambulatório de Ginecologia em Presidente Kennedy na quarta-feira e como também trabalha comigo no Hospital de Atílio Vivácqua tive uma idéia, assim que chegar vou ligar pra ela. Meus pensamentos voam até Vitória onde meu netinho continuava internado na UTIN me causando profundas preocupações e decidi que ligaria pro meu filho assim que chegasse.



Dia 30/11, 17,30h



Ligo para o meu filho, não consigo falar e ligo então para a Dra Nina.



-Oi Nina boa tarde, tudo bem?

-Tudo bem, como vai seu netinho?

-Não tive noticias hoje, vou tentar falar com meu filho mais tarde. Olhe amiga, tive um dia difícil e preciso de um favor seu...

-Hum, quando você me liga já sei que é só problema...

-Pode atrasar um pouco seu ambulatório em P. Kennedy e segurar o plantão em Atílio pra mim até as 9,30? Tenho que ir a Kennedy resolver uns problemas no PAM, conversar com o Antonio, aviso que vc vai atrasar um pouco, retorno e assumo o plantão...

-Tudo bem, avise lá...

-Obrigado Nina, olhe o Antonio não está bem, se precisar dê uma mãozinha a ele lá no plantão, beijos.



Dia 30/11, 19 h



Inicio o plantão, o hospital está lotado e o primeiro caso é de um rapaz com um profundo corte na testa, causado pela parte de trás de um machado que bateu num arame atingindo o moço, apesar do susto e de estar sangrando muito, gastei uns 30 minutos pra suturar e verificar que não tinha maiores danos, mantive-o em observação e me preparei para continuar atendendo, mas antes liguei pro meu filho.



-Rodrigo

-Oi pai, tudo bem?

-Comigo sim, como está o Felipe?

-Acabei de sair no hospital, amanhã deve sair da luz (fototerapia), a icterícia diminuiu, a urina está mais clara, mas teve um exame do fígado ( não soube me explicar qual) que deu um pouco alterado, ele tomou um plasma, mas segundo a médica de plantão está evoluindo bem...

-Será que ele vai precisar de mais sangue?

-Pai, segundo a pediatra não será mais preciso...

-Ok filho, estou de plantão, por favor, dê noticias pois estou preocupado, e você como está?

-Estou bem, acho que tudo vai dar certo...

-Ta bom filho, Deus te Abençoe, dê um beijo na Fernanda.



Continuei atendendo no plantão, parei para jantar às 23,30h aproveitei para ir um pouco ao twitter e postar alguma coisa no blog. A partir daí o plantão foi daqueles que ninguém gosta, pacientes chegando no espaço mais ou menos de uma hora entre um e outro, o que significa que o máximo que consegui foi uns cochilos entre um e outro atendimento, quando foi 5,30 atendi mais um paciente , desisti de tentar dormir e me levantei, aproveitei para dar uma olhada nos pacientes internados.



Dia 01/12, 7,00hs



Dra Nina chegou, agradeci me despedi prometendo retornar às 9,30hs como combinamos, encarei a estrada sem imaginar que seria um dos piores dias da minha vida.

Cheguei no PAM em Presidente Kennedy às 07,40h e após um rápido café fui examinar os pacientes internados, avisei que a Dra Nina chegaria por volta das 10h, fui à sala da direção para tomar conhecimento dos acontecimentos da noite e me preparei para conversar com o Dr Antonio.

Esperei acabar de atender uma urgência e me reuni com ele, esclarecemos os fatos e lhe disse que teria que ir para Atílio, pois estava sem plantonista, mas que às 18h uma colega viria substituí-lo. Avisei a minha atendente que se conseguisse alguém para segurar o plantão no hospital voltaria para fazer o ambulatório às 13h, se não, que ela remarcasse as consultas para o dia seguinte pela manhã. Peguei a estrada para percorrer os 40km e retornar ao hospital, assumir o plantão e liberar a Dra Nina.



Dia 01/12 , 09,22h



Ao entrar no hospital o celular tocou, quando vi o nome do meu filho, o coração disparou e fui tomado de terrível pressentimento...

-Rodrigo?

-Pai, o hospital acabou de me ligar, o Felipe teve uma parada cardíaca e não resistiu, ele morreu...

-Pelo amor de Deus meu filho, não me diga isso, meu Deus...

-Pai, o que vou fazer, como dizer isso à Fernanda...

-Calma meu filho, procure se acalmar, já estou indo pra aí, não sei o que dizer meu filho, só procure se acalmar por favor...

-Pai, o que vou fazer? De novo, perdi meu filho, de novo...

-Por favor meu filho, tenha força, papai está indo...

-Ta bem pai, venha....



Minhas lágrimas escorriam rosto abaixo, o pessoal do hospital espantados, não sabia o que fazer ou dizer, em prantos liguei para meus filhos e minha esposa, todos ficaram inconsoláveis e preocupados comigo. Meu primeiro impulso foi pegar a estrada, mas me convenceram a esperar meu filho caçula que iria dirigir pra mim, já que não tinha dormido à noite. Avisei a Dra Nina, pedi que ela ficasse no plantão e fui pra casa. Pedi para não avisar a minha filha mais nova ( Nathália) que estava no colégio fazendo provas, pedi a mãe que mandasse buscá-la e só então desse a notícia. Aguardei meu filho chegar e fomos para Vitória , foram os 160 km mais longos da minha vida, estava doido pra chegar, abraçar, beijar meu filho, tentar de alguma maneira aliviar ou pelo menos dividir sua dor.

Como consolar, o que dizer ao filho que perdeu seu segundo filho? O que fiz foi abraçar, beijar e chorar. Dia 1º de dezembro de 2010, o dia que junto com Felipe, eu e toda minha família morremos um pouco.

35 comentários:

  1. Querido... Sua dor é minha dor! Estou aqui... Precisando é só me procurar... aqui, ali, acolá.... em qualquer lugar.... Abraço carinhoso a você e a todos os seus..... Nádia

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  2. Poxa amigo,meus sinceros sentimentos.
    Queria de verdade neste momento te dar um FORTE abraço.
    Tem horas que não sabenmos o que dizer, sei que tua dor é enorme e não posso fazer nada a não ser orar pra que tenhas forças.
    Com carinho.
    Nadja.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. MEUS SENTIMENTOS AMIGO ...
    TENHO 4 FILHOS MAIORES DE IDADE E UM DIA DESTES, UM DELES PASSOU MAL DENTRO DO BANHEIRO E COMEÇOU A SE CONTORCER E GEMER POR CAUSA DE UMA FORTE DOR NO ESTOMAGO.
    EU ESTAVA NA SALA E ENTREI NO NO BANHEIRO PARA SOCORRE - LO.
    ELE ESTAVA SENTADO NO VASO SANITARIO E COMEÇOU A VOMITAR E DEFECAR SIMULTANEAMENTE ...
    EU O LAVEI, ENXUGUEI E O CARREGUEI COM DIFICULDADE POIS TEM QUASE DOIS METROS, LEVANDO - O EM SEGUIDA AO "UPA" ...
    ERA MAIS OU MENOS 2:30 DA MADRUGADA ...
    NAQUELA UNIDADE MÉDICA EU FIQUEI JUNTO COM O MEU FILHO ATÉ QUASE DE MAMHÃ, ABRAÇADO COM ELE PROCURANDO AQUECE - LO, PORQUE ESTAVA FRIO E O RAPAZ ESTAVA TREMENDO DA CABEÇA AOS PÉS.
    EU IMAGINO A DOR QUE ESTA PERDA CAUSOU A TODOS DE SUA FAMÍLIA E PEÇO A DEUS QUE LHES DÊ FORÇAS PARA SUPERAREM ESTE MOMENTO DIFÍCIL.
    FORTE ABRAÇO

    @DRLUIZAUGUSTO_

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  5. "Avós e pais deveriam morrer primeiro"
    Perdi as contas das vezes em que ouvi essa frase ao longo de minha vida, presenciei a dor de pais e avós, perdidos sem palavras diante filhos e noras em casos assim. Lamento sua dor de verdade, pois que sou Cristã e uma estudiosa dos comportamentos humanos tentando entender o destino da dor e do ser.
    Parece que vivemos em um grande tabuleiro e as peças estão sempre nas nossas mãos e de cada vez que as movimentamos em direção aos nossos desejos, nem percebemos que na verdade elas estão nas mãos de Deus.
    Sem compreender de fato esse "jogo" sagrado chamado vida, lamentamos as perdas materiais e nos desgraçamos pelas familiares e amigos.
    Difícil sim pra você que tem uma jornada sagrada salvando vidas sem conta, noites de vigília, cuidando pessoas das quais nunca viu e talvez jamais verá outra vez após seus cuidados. Como consolar seu filho e nora e acima de tudo acalmar sua angustia?
    Carinho, fé e abraços, humildade diante do Criador!
    Na falta de entendimento real é isso que resta a todos nós. E a certeza de que Deus conhece nosso passado, presente e futuro. Desejo a você e seus familiares, fé, resignação e paz em Jesus!

    Leo Fe

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  6. Que triste! Imagino a dor do seu filho e esposa.Deus há de dar o consolo vocês.

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  7. Senti na alma a sua dor! Um abraço à todos!

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  8. Que triste relato, amigo!
    Minha nora perdeu o primeiro filho e ficamos inconsoláveis também. É uma dor dificílima, mas tenha forças para não se deixarem abalar.
    Espero que sua família encontre força para passar com resistência por este momento tão penoso.
    Um grande abraço!

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  9. Meu querido eu sei como é a dor da perda.

    Neste momento desejo sinceramente o consolo de Deus e o conforto.

    Muita força aí viu!!!

    Meus sentimentos.

    Sandra Cajado

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  10. Dr. Marco,

    Neste momento, só cabe enviar-lhe meu abraço e minha solidariedade.

    Meus sentimentos.

    WELBI MAIA

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  11. Qualquer palavra nesse momento,será pequena demais ,só Deus pode aliviar esse sentimento,espero que seus corações sejão aliviados com a certeza de que Ele estará sempre a vos proteger .Meus sentimentos. Receba também o meu abraço.
    Tuka Scaletti

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  12. Meus sentimentos, amigo,
    O que dizer numa hora dessas? Todos nos que perdemos alguem querido, morremos um pouco. Quero me solidarizar com voce e sua familia.
    Um forte abraco.

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  13. Caro Marcos,
    Pode parecer cruel mas o tempo é o melhor remédio. Com o tempo vai a dor e fica a lembrança boa, ainda bem. Que Deus te conforte e também aos seus.
    Beijo.
    @cristinakott

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  14. Querido amigo,

    Meus sentimentos.

    O que dizer???

    Não encontro palavras, então apenas digo que estou rezando por todos!!!

    Um abraço

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  15. Dr. Marco

    Não encontro palavras. Força e fé!
    Abraços
    Mônica de Lima

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  16. LAMENTÁVEL!Também perdi o segundo filho,em condições semelhantes.Morava em Mato Grosso do Sul,sem parentes,como não bastasse a dor,tive que com 23 anos de idade, tratar sózinho de tudo concernente ao caso, pois familiares moravam no RJ.Conheço por ter vivido, ador dessa família,e me solidarizo.Nessa hora é preciso buscar força em Deus.Meus sinceros setimemitos ao Amigo Dr Sobreira e seu dgníssima família

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  17. Marcos,
    Não há palavra possível nesse momento que possa dar conforto a vocês infelizmente, mas posso e vou dar-lhes meu pensamento e oração, certa de que Ele vai ajudar de alguma forma.Crianças deveriam ser eternas.
    Abraço fraterno

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  18. Sua missão como médico e pai é maior que seu sofrimento.
    O que você e sua família tem passado não podemos entender,mas unidos são fortes,o amor entre vocês vence tudo.

    Dr Marcos...força!

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  19. Eu o conheço só do tuíter e deste blog, nunca o vi, mas me solidarizo com sua dor, pq sou mãe e posso imaginar o q vc e sua família estão sentindo.
    Esta sua frase: -Por favor meu filho, tenha força, papai está indo... me fez desabar.
    Qd nossos filhos crescem, queremos tanto poupá-los da tristeza, como fazía-mos qd eram pequenos e um beijo e um abraço bastavam para enxugar suas lágrimas… Essa impotência diante do mal do mundo, não podermos mais nos interpor entre eles e a dor…

    Depois de hj, qd estiver em algum PS da vida, pensarei mil vezes antes de me zangar com o médico pela demora ou impaciência em me atender.
    Vou sempre pensar que ele como vc pode estar ali me tratando, enquanto seu coração está longe, na dor de um filho, na preocupação com um netinho doente…
    Deixo um abraço para vc e sua família. Palavras não dizem muito, mas esta sua amiga hj chorou com vcs aqui em SBC. Que Deus Pai desça seu olhar consolador e amoroso sobre seus corações feridos e acolha as almas gentis e inocentes de seus netinhos.

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  20. Dr. Marcos

    Me encontro sem palavras. Muito emocionada.
    Gostaria de estar aí para poder abraçá-lo bem forte, porque nessas horas as palavras não são pronunciadas.
    O céu hoje vai brilhar mais, pois mais uma estrelinha estará lá.
    Abraços fraternos
    Odila Garcia

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  21. Não consigo escrever, estou em prantos, que dor imensa, querido dr... como consolar a dor do filho? Não sei o que dizer ou pensar, estou muito triste. Já sabia desde ontem mas ler seu relato foi devastador. Muita Luz Divina sobre todos vocês. Meu carinho, minha solidariedade.

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  22. Querido amigo..meus sentimentos. Saiba que seus verdadeiros amigos também compartilham da sua dor. Que Deus console seu coração e de sua familia. Mais um anjinho que está do lado D'ele.
    Como diz no comentário acima "avós e pais deveriam morrer primeiro". A dor deve ser imensurável.
    Um abraço, amigo.

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  23. Partida e Chegada
    Richard Simonetti

    Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
    O barco, impulsionado pela força dos ventos,
    vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
    Não demora muito e só podemos contemplar
    um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
    Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará:
    “Já se foi!”
    Terá sumido? Evaporado?
    Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
    O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha
    quando estava próximo de nós.
    Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
    O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver.
    Mas ele continua o mesmo.
    E talvez, no exato instante em que alguém diz: “Já se foi!”
    haverá outras vozes, mais além, a afirmar: “Lá vem o veleiro”.
    Assim é a passagem desta vida.
    Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro,
    e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos:
    “Já se foi!”
    Terá sumido? Evaporado?
    Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
    O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu.
    Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado.
    Conserva o mesmo afeto que nutria por nós.
    Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
    E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: “Já se foi!”,
    no mais além, outro alguém dirá feliz: “Já está chegando!”
    Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena.
    A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
    Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos,
    até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
    A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
    Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
    Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico;
    noutro partimos daqui para o espiritual!
    Num constante ir e vir, como viajantes da imortalidade que somos todos nós.

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  24. O que falar para meu amigo? Apenas posso dizer que estamos aqui de longe rezando para Deus consolar sua família, dar o conforto necessário a todos vocês para recomeçar!

    Não tenho dúvida que a maior parte dos nossos amigos do Twitter estão sentindo a sua dor e estão solidários, isso por que já temos um elo que foi construído pela convivência virtual, brigamos juntos, rimos juntos e agora, choramos junto com você, meu amigo!

    Abraço fraterno!

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  25. Marcos,
    Tenho 4 filhos,3 netos.E sempre me surpreendo olhando para eles e achando que o tempo foi implacável. Parece que não os vi crescer..Fui muito presente, dividindo os 3 turnos que uma mulher que trabalha fora tem que assumir, mas fui presente. Troquei horas de sono e compromissos sociais para estar com eles. Mesmo assim, correu depressa. São tantas as coisas que queria ter feito com eles e não fiz..Agora os netos, morando longe!
    Amigo, seus netos foram anjos que vieram pelo tempo apenas de suas missões.Estão bem, com certeza! Sua dor e a dor de seu filho, esposa, talvez tenha sido para todos o recado que os anjos deixaram:
    Marcos, administre sua profissão e sua vida de forma a ter muito mais tempo de pai, e, se Deus quiser, de avô!
    Não permita mais que essa sua rotina roube de você um minuto sequer com eles...
    O tempo passa depressa demais, os filhos e netos crescem depressa demais..e se vão, cuidar de suas vidas, sempre antes do que podemos aceitar!
    Você tem a lembrança de 2 anjinhos que deixaram uma mensagem. Compreenda qual!
    Abraços amigo!

    Lis Chaves

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  26. Amigo,meus senceros sentimentos a vc e familia,não existem palavras que aliviem tal dor,o q poderá trazer conforto a alma é saber q nossos amigos estão unidos em grande abraço envolvendo vc e familia e pedindo a Deus q lhe de força na fé. abção.

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  27. CAro Marcos,
    Palavras certamente poderão ser inúteis neste momento de dor, mas com certeza a irradiação de carinho e solidariedade de todos (expressadas em palavras) não.
    Sinto muito pela perda de vocês.
    Que o pouco se transforme em muito nessa caminhada q é nossa vida.
    Tempo.... Quando é que poderemos dizer que foi muito e quando foi pouco?
    Que Deus os conforte.
    Grande abraço (de uma mãe que "imagina" essa dor).

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  28. sinceramente, não sei o que escrever.
    acho que nada consola nestas horas
    então só me resta abraçá-lo virtualmente...

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  29. Dr Marcos,

    Sinto muito pela sua perda. Não sei o que dizer para acalmar sua alma. Choro junto porque sinto minha a sua dor. Um filho nunca deve ir antes do pai, quanto mais dois. Mas Ele sabe o que faz. Não o amaldiçoemos por isso, não é culpa Dele. Nem de ninguém. Apenas os dois pequeninos vieram para missões rápidas. Que o pouco que fizeram pelo Rodrigo e a Fernanda tenha sido para uni-los mais, isso é que talvez seja a mensagem mais importante q, como pai, você deva passar aos dois, por maior que seja a sua dor.

    Sinta-se abraçado porque hoje, por muito menos, estou muito triste - vejo meu companheiro apenas 2 x por ano, e hoje, ele quebrou sua perna em dois lugares ao escorregar na neve, e, será operado para colocar um pino amanhã... só nos veremos agora no ano que vem.

    Nosso filho está desolado, pois aguardava ansiosamente pela visita do pai. Mas a vida continua e temos que seguir em frente, altivos - pelos nossos filhos. Não importa qual idade eles tenham. Fé, força, saúde e muito amor em família. Com carinho, Vany, ou apenas @mosaicosocial (tirando um tempo para juntar os caquinhos depois de postar hoje também e formar um novo mosaico pessoal, mais forte e preparado para enfrentar o que vem por aí).

    Abraço forte

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  30. Nossa! Dá um aperto no peito ler seu relato.

    Peço a Deus que lhe dê forças, a você e a toda a sua família. É duro tentar entender certas coisas. Mas espero que não entrem em desespero, porque é pior.

    Tenho certeza que outra oportunidade virá, sabemos disso.

    Fiquem com Deus.

    Um abraço.

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  31. Meu Deus quanto sofrimento! Mas, tenha certeza, você é um Vitorioso e corajoso, valente guerreiro, pai, avÔ> tomara DEUS tenha profissionais iguais a você!!
    Solidarizo-me contigo e creia: Deus não faz as obras pela metade! Ele vai dar outro filho cheio das bençãos de saude e Paz, para amenizar a dor
    de sua familia!!
    Deus não tem culpa de nada..Diga a Fernanda que rezarei muito por ela, sou mãe solteira e hj ele tem 25 anos.Sei bem o que ela está passando e toda familia. Com certeza Deus dará outro filho com muita saude e fará vcs muito felizes..
    Conte com minhas oraçoes!!
    Beijos para todos!!

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  32. Caro colega e amigo do Twitter. Percebo q seu relato, além de demonstrar a profunda dor q sentes,com a qual já consigo empatizar, visto q minha esposa espera nosso primeiro filho, mostra esta dor dentro de um contexto. Contexto c/ o qual tbem consigo empatizar por cacoete profissional. Abdicamos tantas vezes de nossas vidas, da convivência familiar, para evitar q outros sofram, muitas vezes "esticando a corda" ao máximo, submetendo-mo-nos a esforços e sacrifícios em q muitos outros, ñ treinados ou doutrinados p/ tal exercício, sucumbiriam. E então, em meio a tua luta pelo bem, para melhorar a existência de outros q te são estranhos, és arrebatado por uma dor dessas.Saiba q te entendo. Saiba q teu relato me leva a imaginar como fazer p/ mitigar essa tua dor.Ñ sei o q te dizer, todavia, p/ tal.Somente quero q saibas q aqui há alguém q se solidariza, q torce do fundo da alma p/ q te ilumines interiormente para te confortar, e p/ (mais uma vez) conseguir levar conforto àqueles q te rodeiam. Tudo de bom à tua família.Tudo de bom a ti.
    Abraços, Dr. Rafael Pauletti.

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  33. Querido amigo Dr. Marco Sobreira

    Quando observamos da praia um veleiro afastar-se da costa, navegando mar à dentro, estamos diante de um espetáculo de rara beleza.
    O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. Logo só podemos contemplar um pequeno ponto branco, na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram...
    Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente dirá :
    - Já se foi... Terá sumido?
    _ Não... apenas o perdemos de vista . O barco continua o mesmo e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver...E talvez, no exato instante em que alguém diz: - Já se foi ... haverão outras vozes, mais além, a afirmar:
    - Lá vem o veleiro!!!
    Assim é a morte...
    Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível,dizemos:
    -Já se foi...
    Terá sumido? –Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino . Nada se perde, à não ser o corpo físico de que não mais nescessita. E é assim que no mesmo instante em que dizemos :
    -Já se foi... No além, outro alguém dirá :- Já está chegando...
    Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida.
    Na vida cada um leva a sua carga de defeitos e virtudes, de afetos e desafetos , até que resolva desfazer-se do que julgar nescessário.
    A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim o que para uns parece ser a partida , para outros é a chegada...
    Assim, um dia, todos nós partimos como seres imortais que somos... Todos nós, ao encontro Daquele que nos criou...

    A morte, explicada pelo rabino Henry Sobel.

    Um abraço afetuoso da sua amiga @valnobre do twitter.

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  34. Que o Eterno console seu coração e de sua família. Apenas Ele poderá fazer isso, e amenizar a dor... Palavras não podem nem ao menos diminuir a sensação infinita da dor da perda, mas saiba que há uma multidão de pessoas que ora por você e pela sua família, por seu filho e sua nora.
    A vida surpreende com mistérios. E as vezes temos a nítida sensação de desabar.
    Não desabe. Entregue o mistério ao Eterno e abrace seu filho e sua nora milhares de vezes, porque o abraço cura.
    Milagres acontecem todos os dias.
    O sol voltará a brilhar lindo e forte na vida de sua família, de Felipe e Fernanda.
    Haverá sorrisos, alegria, e paz.
    Vou levar sua história em meu coração.
    Tenha Fé!

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  35. Meu abraço muito forte, Querido Amigo do Twitter!
    Estou muito emocionada.
    Quero dividir (como se isso fora possível) um pouquinho sua dor num forte abraço.

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